Jovens cientistas que atuam no Brasil poderão concorrer a duas novas oportunidades de financiamento para suas pesquisas. O Instituto Serrapilheira lançou nesta quinta-feira (23) novas chamadas públicas de apoio a pesquisadores, com participação de fundações de amparo à pesquisa (FAPs) estaduais.
Uma chamada é voltada a cientistas com vínculo permanente em instituições de ensino e pesquisa e com projetos nas áreas de ciências naturais, matemática e ciência da computação. O edital conta com a participação da Fundação Araucária, do Paraná.
A outra chamada é destinada a cientistas negros e indígenas que não tenham esse vínculo e que pretendam fazer o pós-doutorado na área de ecologia. Serão selecionados até 12 candidatos. Os aprovados vão fazer pós-doutorado em grupos de pesquisa nos quais não tenham se formado nem atuado antes, nos estados das FAPs parceiras do edital: Mato Grosso do Sul (Fundect), Pará (Fapespa) e Rio de Janeiro (Faperj).
Serão selecionados até 42 pesquisadores nos dois editais. Os editais completos podem ser acessados no site do Serrapilheira. As inscrições vão de 4 de janeiro a 25 de janeiro de 2024.
Juntas, as iniciativas preveem investimento de no mínimo R$ 21 milhões, entre pagamento de bolsas e financiamento de pesquisas. O valor total, que deve crescer, dependerá da quantidade de recursos que cada FAP disponibilizará – o que, por sua vez, só será definido depois que a seleção dos candidatos estiver concluída e os estados dos escolhidos forem conhecidos.
O objetivo dos dois editais é criar condições para jovens cientistas do Brasil desenvolverem suas pesquisas com recursos financeiros e autonomia na escolha dos projetos.
Embora lançadas no mesmo dia, as duas chamadas têm propostas distintas e seguirão processos seletivos separados. Veja um resumo de cada uma delas.
7ª chamada pública de apoio à ciência é voltada a jovens cientistas
O edital é voltado a cientistas em início de carreira com projetos de pesquisa originais, ousados e arriscados nas áreas de ciências naturais (ciências da vida, física, geociências e química), matemática e ciência da computação. Serão selecionados entre 10 e 30 projetos que busquem responder a uma grande pergunta fundamental nessas áreas — ou seja, que questionem o conhecimento científico atual, que abram novas perspectivas de avanço ou que aprofundem o que já se sabe em cada área.
Os aprovados receberão entre R$ 200 mil a R$ 700 mil cada, distribuídos ao longo de cinco anos. Eles também terão acesso a recursos extras para investir na formação e inclusão de pessoas de grupos subrepresentados em suas equipes, o chamado bônus da diversidade.
Podem participar cientistas que tenham doutorado concluído e vínculo com instituições de ensino superior e pesquisa como professores e pesquisadores. Esse vínculo deve ter sido firmado pela primeira vez entre 1º de janeiro de 2018 e 31 de dezembro de 2023, o equivalente aos últimos seis anos – o prazo aumenta em dois anos para mulheres com filhos.
O novo edital é feito em parceria com o Confap, conselho que representa fundações estaduais de amparo à pesquisa, e com 25 FAPs. O financiamento pode ocorrer tanto de forma conjunta pelo Serrapilheira e fundações quanto diretamente por essas instituições.
Sobre o Serrapilheira
Criado em 2017, o Instituto Serrapilheira é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que promove a ciência no Brasil. Foi criado para valorizar o conhecimento científico e aumentar sua visibilidade, ajudando a construir uma sociedade cientificamente informada e que considera as evidências científicas nas tomadas de decisões.
O instituto tem três programas: Ciência, Formação em Ecologia Quantitativa e Jornalismo & Mídia. Desde o início de suas atividades, já apoiou financeiramente mais de 300 projetos de ciência e de comunicação da ciência, com mais de R$ 80 milhões investidos.